sábado, 18 de agosto de 2012

FANFIC - WAKE UP - CAPÍTULO 9

Título: Wake Up
Autora(o): Juliana Dantas
Shipper: Robsten
Gênero: Romance/Drama
Censura: +18
Categorias: Saga Crepúsculo
Avisos: Sexo

Capítulo 9

POV Kristen

Eu achava que sabia o que era dor.
Eu estava completamente enganada.
Era como deixar uma parte de mim ir embora. 
Quando me disseram que ela estava morta, algo vital em mim morreu.
E eu convivera com aquela perda, com aquele vazio inexplicável.
E então ela fora trazida à mim novamente. Como um milagre.
Mas não era um milagre; Era um pequeno e sujo segredo.
Que destruiu nossas vidas uma vez e estava destruindo agora.
Por que a estavam levando embora de novo.
Ava não era minha. Não podia ser.
A dor sacudiu meu corpo em soluços sofridos, num choro compulsivo que ensopava a camisa branca e impecável que Rob usava.
Mas ele não se afastou. Continuou ali, me abraçando em silêncio.
E havia algum conforto em saber que eu não estava sozinha naquele sofrimento.
Ele também perdera Ava.
-Vamos sair daqui. – ele disse me arrastando pela rua e me colocando dentro do carro.
Por todo caminho, eu sentia uma espécie de revolta crescendo dentro de mim.
Uma fúria sem tamanho por toda aquela situação injusta.
Parei de chorar. Não havia mais lágrimas dentro de mim. 
Apenas uma revolta fria e dolorida.
Assim que chegamos no hotel, eu saltei do carro, batendo a porta e só percebi que Rob estava atrás de mim quando cheguei ao quarto.
-Não devíamos tê-la deixado ir. – falei, acendendo um cigarro com as mãos trêmulas – Aquela tia é uma bruxa da pior espécie! Eu podia matá-la agora mesmo pelo jeito que ela trata a Ava. Juro que podia.
-Kristen... Se acalma.
-Acalmar? Acha que eu devo me acalmar? Eu quero explodir! Eu tenho ódio de mim mesma por tê-la deixado lá com aquela tia horrorosa! Não é possível que não tenha percebido, que não se importe!
-Hei, calma aí. Acha mesmo que eu não me importo. Que não doeu em mim ter que vê-la ir e não poder fazer nada?
-Mas podia! E mesmo assim não fez!
-Achei que nos tínhamos decidido que isto era o melhor. Deixar como está. Por Ava.
-Por Ava ou por nós mesmos? Eu me sinto tão... suja! Tão egoísta. Por que temos que aceitar isto? Por causa de uma merda de carreira? Eu não ligo pra isto! Eu não me importo! Eu apenas quero ter o direito de ter a minha filha! E eles a roubaram de mim! – os soluços varreram meu corpo de novo.
Rob se aproximou me segurando.
-Vai ficar tudo bem, Kristen...


-Não vai ficar tudo bem! – gritei me debatendo – Nunca mais vai ficar tudo bem! Eu não quero ouvir você dizer isto! Me enoja!
-Kristen, por favor...
Mas eu não queria ouvir. Eu estava além de qualquer controle.
Estava doendo demais.
-Sai daqui Rob! Eu quero ficar sozinha.
-Não vou sair. Você está descontrolada.
-Acho que eu tenho motivos e nada do que faça agora vai mudar isto!
-Apenas pare de se torturar...
-Eu não consigo!
Eu peguei mais um cigarro e tentei acender, mas tremia tanto que não consegui.
Rob o tirou das minhas mãos.
-Chega Kris, apenas respire.
Sua voz era como veludo pra mim, mas hoje sua calma não estava ajudando.
Estava apenas piorando. Eu não queria ficar calma. Eu queria queimar alguma coisa. Ou alguém.
-Não, não faz isto... – pedi, retirando suas mãos de mim – não põe a mão em mim!
-Kris...
-O que é? Acha que agora você vai me abraçar e a gente vai transar e ficar tudo por isto mesmo? - gritei e Rob colocou a mão no ar entre assustado e incrédulo.
-Hei, do que está falando?
-E não é isto que tem acontecido? Sexo? 
Agora ele estava começando a fica tão furioso quanto eu. 
-Quem aqui falou em fazer sexo? - indagou friamente.
-Não precisa falar. É o que acontece quando você está perto de mim. Aliás, é exatamente por isto que estamos hoje aqui nesta confusão! Se eu nunca tivesse transado com você nada disso estaria acontecendo!
-Se você tivesse contado comigo e não me deixado de fora eu nunca permitiria o que fizeram!
-Eu não sabia que tinha esta opção!
-Você não enxergava um palmo a frente do nariz! Tão focada em continuar se enganando com o Michael!
-Deixa o Michael fora disto. Isto é passado.
-Não fui eu que comecei a falar do passado! Eu não vou admitir que você jogue em mim uma culpa que não me diz respeito! 
-E a culpa é de quem?
-Ah claro. Me culpar te fez sentir menos culpada para voltar com seu namoradinho e ignorar durante meses que estava esperando um filho meu. Talvez se tivesse tido a coragem de assumir os seus erros a Summit não teria feito o que fez.
Minha mão voou para seu rosto num tapa forte que deixou nós dois parados, estupefatos.
-Saí daqui... – murmurei.
Rob saiu do estupor passando a mão pelos cabelos, frustrado.
-Me desculpe.
-Apenas sai daqui... – insisti.
-Kristen.
-Rob, já dissemos coisas demais pra nos arrepender... não faça ficar pior.
Ele se afastou finalmente e fechou a porta atrás de si.
Eu caminhei até a cama e me deitei, encolhida.
Forcei a respiração a sair dos meus pulmões. Forcei meu coração a continuar batendo.
Forcei minha mente a permanecer sã.
Mesmo quando tudo o que eu queria era me deixar enlouquecer. 
E eu queria não ter brigado com Rob, eu queria que ele estivesse ali e que dissesse mesmo que tudo ia ficar bem.
Mas como poderia ser verdade?
Nossa filha estava viva, mas não podia ser nossa realmente.
Ela pertencia a outra pessoa. Que não me convencera em nada que era uma boa mãe substituta para ela.
Mas e eu seria? Me perguntei.
Pelo menos eu a amaria mais que tudo. Eu já amava.
E então eu soube.
Não podia deixá-la ali. Não podia seguir em frente sem Ava.
Tinha que haver um jeito. Uma maneira de tudo ficar bem.
E de repente eu vi a solução. Sim. Havia uma maneira.
Não era a mais perfeita. Mas havia um jeito de ficarmos com Ava.
Eu me levantei e corri para o quarto de Rob.
Eu corri até sua porta e bati várias vezes.
Mas nada aconteceu.
Onde diabos ele tinha se metido?
De repente me deu um certo medo. Será que Rob teria coragem de ir embora pra LA e me deixar sozinha ali?
Tudo bem que eu merecia, depois de ter sido tão grossa com ele. 
Mas eu estava tão nervosa, tão decepcionada. Eu só queria descontar em alguém. 
Agora me sentia péssima.
Me deixei escorregar para o chão, encostando a cabeça na parede.
Eu não deveria ter jogado em cima dele a culpa do que acontecera entre nós no passado.
Não fora culpa dele. E nem minha.
Fora... um acaso
Algo que nenhum de nos previu ou planejou e apenas... aconteceu.
Fechei os olhos, minha mente voltando para tantos anos atrás. 
Desde o começo, quando ele chegara à casa de Catherine, com seus cabelos bagunçados e olhar perdido, eu devia saber que tudo ia mudar irreversivelmente.
Se eu fosse madura o bastante na época deveria admitir que mudara no primeiro segundo. No mesmo instante em que respiramos o mesmo ar.
Ele ser meu perfeito Edward fora uma conseqüência.
E havia ainda tanta ingenuidade em mim naquela época, ao achar que estava tudo sob controle. Rob era apenas mais um ator, nós faríamos mais um filme e tudo seria como antes. Michael e eu. E a vida seguiria.
Mas numa noite fria no Oregon, quando havia entre nós apenas palavras de uma história que não nos pertencia, ele olhou para mim e eu não vi apenas Edward. Eu vi algo mais. 
Havia algo mais naquelas palavras ensaiadas, nos braços que me envolveram, na boca que cobriu a minha.
E eu fechei os olhos e deixei de pensar.
Talvez uma parte de mim tenha ficado desperta, dolorosamente ciente de que ele estava não só desnudando minhas roupas, mas minha alma. Penetrando não só meu corpo, mas minha vida.

E hoje eu me perguntava como eu fora capaz de sair dali como se nada tivesse acontecido.
E continuar como se nada tivesse acontecido.
Até descobrir que eu não poderia esquecer, porque havia uma conseqüência.
E aí sim, tudo mudara irreversivelmente. Pra sempre

POV Rob

Porque eu tinha dito aquelas coisas para Kristen?
Justo agora que ela mais precisava do meu apoio?
Eu era um imbecil.
E porque as coisas tinham que ser tão difíceis?
Eu já devia saber que ela era encrenca. Na verdade eu soube, e em vez de sair correndo pra Inglaterra, para meus pubs e amigos, eu ficara.
Era como se uma força invisível me levasse sempre de volta à ela. 
E mesmo quando ela me virara às costas, me deixando de lado quando eu mais tinha o direito de estar com ela, eu ainda assim esperara.
E ela veio. Mas era tarde. 
Fora uma perda dolorida demais. E eu nem sabia o quanto iria doer até estar perdido. E quando Kristen finalmente se voltara para mim, eu achara que ia dar certo, que podíamos seguir em frente. Mas não podíamos. E fora o fim.
Até agora. 
Nós ainda tínhamos uma filha. Uma menina linda de 9 anos que não nos pertencia.
Não era justo. 
Eu tomei mais um gole de cerveja. Mas não tinha gosto de nada.
A bebida não estava surtindo efeito esta noite. 
Joguei umas notas em cima da mesa, ignorando o olhar curioso do garçom e voltei pro hotel, pensando em como eu poderia me aproximar de Kristen de novo, em como poderíamos resolver aquela situação.
Eu também não queria deixar Ava. Mas não tinha idéia de como seria possível ser diferente.
De repente eu parei no corredor ao ver a figura encolhida no chão, na porta do meu quarto.
Kristen estava dormindo com a cabeça apoiada na parede.
Eu me aproximei e toquei seu braço.
-Kristen? – chamei.
Eu tinha vontade de sorrir, ao vê-la abrir os olhos assustada.
-Oh... Deus, eu dormi aqui?
-É o que parece. - murmurei ainda sem saber o que esperar dela, depois da explosão de fúria em seu quarto.
Ela se levantou.
-O que faz aqui? – indaguei.
-Podemos entrar? - pediu mordendo os lábios.
Parecia ansiosa e perdida.
-Entrar? Não tem medo que eu te ataque em busca de sexo? – rebati me lembrando de suas acusações.
Não que ela não tivesse uma dose de razão.
Era sim o que acabava acontecendo. Mas não era algo premeditado da minha parte.
Nunca fora.
Apenas acontecia. Inevitavelmente.
Kristen ficou vermelha.
-Me desculpe por aquilo... eu estava... descontrolada. 
Eu respirei fundo e abri a porta.
-Entra.
Ela entrou e eu fechei a porta.
-Eu sei como podemos resolver esta situação... – falou - nós podemos ficar com a Ava. Podemos adotá-la.
Eu demorei um pouco pra entender o que ela queria dizer.
-Você quer dizer adotar nossa própria filha?
-Ninguém sabe disto. Ela é apenas uma órfã! Celebridades adotam o tempo inteiro.
-Sim, órfãos da Somália.
-E porque eu não posso adotar uma órfã de Nova York? Não vê? É a única solução. Ninguém ia falar nada. Ela seria apenas uma criança adotada. Pode não ser a solução perfeita, mas é a única que temos.
Eu comecei a entender onde ela queria chegar.
Sim, era uma solução. Talvez a única. Mas ainda tínhamos um problema.
-Ela tem uma tia responsável por ela.
-Uma tia que a trata como um estorvo! Com certeza ficaria bem feliz em se livrar dela. Sim, é isto! Vai dar certo. Ava não ficará aqui. – ela andava de uma lado para o outro, elétrica – eu...
-Nós. – eu a interrompi e ela me encarou – Não é apenas você Kristen. Estamos juntos nisto.
-Eu sei. E nós vamos tê-la de volta. - ela sorriu lentamente.
E eu sorri de volta.
Pela primeira vez em dias eu tinha um motivo real pra achar que tudo podia dar certo.
A solução de Kristen podia não ser a mais correta, mas era uma saída.
-Sim, nós vamos consegui-la de volta.
-Ligue para o advogado da tia dela. Precisamos resolver isto o mais rápido possível.
Eu peguei o celular e disquei para o advogado. O homem não pareceu satisfeito. Talvez achasse que já estaríamos em LA uma hora desta. 
E depois que eu contei a ele nossos planos, a insatisfação passou a aversão.
-Vocês estão malucos?
-Nós não vamos desistir. E você sabe que é a única solução. 
-Ok, eu falarei com Sharon sobre seus planos.
No fim ele acabou concordando em nos receber na manhã seguinte.
Eu desliguei e encarei Kristen.
-O primeiro passo foi dado. 
-Eu mal posso esperar. 
-Vai dar certo, Kris.
-Tem que dar. A tal Sharon vai se sentir aliviada em se livrar de Ava.
De repente algo me ocorreu.
-E o que diremos a Ava?
Kristen mordeu só lábios, pensativa.
-Eu não sei... Acho que por enquanto é nos concentrarmos na adoção. Depois pensamos no resto. O importante é ela ser nossa. Como tem que ser.
Eu sorri e Kristen sorriu de volta e então lá estava, se aproximando sorrateiramente, aquele desejo quase irresistível e de me aproximar e tocar seus lábios com meus dedos...
Mas Kristen parou de sorrir e passou a mão pelos cabelos nervosamente.
-Eu vou pro meu quarto. 
-Ok, nos vemos amanhã. – respondi, quase lamentando.
Mas era melhor assim.
Já existiam problemas demais entre nós para acrescentar mais este.
Talvez um banho frio fosse uma boa agora;

Kristen já estava no saguão quando desci na manhã seguinte. Fumava um cigarro atrás do outro, nervosa, mas sorriu ao me ver.
-Oi. 
-Oi. Está pronta?
-Há anos! - respondeu e eu ri.
Nós chegamos no escritório de advocacia e fomos recebidos soturnamente.
-E então falou com ela? - Kristen indagou ansiosa.
-Sim, eu falei.
-E aí? - perguntei. Mas eu já sabia a resposta. Estava escrito na cara do advogado.
-Ela não concorda com isto.
-O que?! - Kristen se exaltou - Como assim não concorda? Ela não é ninguém pra não concordar!
-Kristen... - eu tentei segurar seu braço, mas ela continuou.
-Esta mulher é uma vaca. Trata a Ava como se fosse um estorvo, praticamente jogou a menina num colégio interno e a esqueceu lá! Como pode não concordar? Devia estar feliz com isto!
-Vocês têm que entender. Ela é a tia.
-Não é! Nem de sangue e nem de consideração. Se ela tivesse o mínimo de sentimento não trataria Ava do jeito que nós vimos!
-Ela é a responsável...
-Mas nós somos os pais dela! – intervi.
-Ela foi adotada por outra família. Não têm direito legal sobre a criança. A não ser que queiram abrir um processo para reconhecimento de paternidade.
Kristen gemeu e nós nos olhamos, frustrados.
Claro que ele sabia que não queríamos isto.
-Agora se me derem licença... - ele nos dispensou.
Eu e Kristen nos levantamos.
-Isto ainda não acabou. - Kristen murmurou furiosa.
Nós saímos do escritório e entramos no carro em silêncio.
-O que faremos? - Kristen murmurou.
Eu tive vontade de abraçá-la e dizer que tudo ia ficar bem. Mas eu não sabia se era verdade.
Eu parei o carro em frente o hotel.
Kristen saltou.
-Eu vou dar uma volta. – falei quando ela não me viu saindo do carro.
Ela deu de ombros.
-Faça como quiser. – respondeu e se afastou.
Eu peguei meu celular e disquei.
-Alô? - falou a voz conhecida.
-Nick sou eu...

Meia hora depois eu parei em frente à porta e bati.
Sharon Alexander abriu e pareceu muito surpresa ao me ver.
-Você?!
-Olá. Posso entrar?
Acho que ela pensou seriamente em bater a porta na minha cara, mas me deixou entrar.
-Espero que não tenha vindo tentar me convencer. Eu já disse o que pensava desta idéia absurda de vocês para o meu advogado. - disse friamente.
-Sim, ele nos disse.
Eu me sentei e peguei minha carteira e de lá um talão de cheque.
-O que eu quero saber agora é quanto você quer para desistir da Ava.
Sharon arregalou os olhos e abriu a boca várias vezes, sem voz.
-Está tentando me comprar? - indagou por fim.
-Não é por dinheiro que não quer desistir da Ava? - falei friamente.
-Claro que não, ela é minha sobrinha.
-E você recebe uma quantia exorbitante por mês do meu empresário. Dinheiro este que é meu. Então não será a primeira vez que receberá dinheiro vindo de mim.
-É uma ajuda de custo para criar a Ava! Sabe como é cara cuidar de uma criança?
-Você não precisa de todo o dinheiro que recebe para cuidar dela. – e eu falei o valor. Sharon ficou vermelha por um instante, mas fez cara de descaso.
-Isto não é nada pra você! Nem precisa se preocupar com dinheiro!
-Sim, o dinheiro não tem a menor importância pra mim, mas tem pra você. Por isto vou refazer a pergunta, quanto você quer para concordar com a adoção?
-Escuta aqui...
-Escura aqui você... – rebati friamente – você não tem nenhum sentimento pela Ava. Não finja que se importa. Por isto a deixa naquele colégio o tempo inteiro. O único motivo pra não querer abrir mão dela é pelo dinheiro que o Nick te manda. Mas a fonte secou. Nick não vai mais te mandar nenhum centavo.
-Isto é absurdo. Temos um acordo!
-Que está desfeito.
-Não podem fazer isto! Vou armar um escândalo...
-E vai ficar sem dinheiro do mesmo jeito. Portanto é melhor me dizer agora seu valor. Por que se insistir em abrir a boca, quem se dará mal é você.
-Nossa, depois eu é que sou fria! - ironizou – Está aqui pra comprar a própria filha!
-Eu não me importo com o que você pensa. Apenas quero Ava longe de você. Somos os pais dela e temos este direito e se pra isto tenho que pagar alguns milhares de dólares, não me importo.
-Milhares?
-Quanto?
Eu podia ver sua cabeça fazendo contas.
-Ok. Eu quero um milhão. - falou em desafio.
Eu peguei o cheque e preenchi, entregando-o.
-Eu nunca pedi pra ter uma criança e... - ela tentou se justificar.
-Não me interessa seus motivos. Apenas esteja no escritório do seu advogado amanhã e assine a autorização de adoção. E espero que isto fique entre nós.
-Claro, como quiser. Não me interessa mesmo.
Eu saí do escritório e só voltei a respirar quando cheguei no carro.
Nunca pensei que teria que passar por isto. Me sentia sujo.
Tão sujo como Sharon e sua podridão.
Mas Ava seria nossa.
Eu mal podia chegar e contar a Kristen.
Mas ela nunca poderia saber do que eu tivera que fazer. O importante era ter Ava de volta.
Eu entrei no saguão do hotel e lá estava ela... Rindo e vindo na minha direção.
E então jogou seus braços a minha volta, me abraçando forte e me encarou.
-Ela concordou! Ela concordou! - falou sorrindo - Não sei o que aconteceu, mas ela mudou de idéia!
E eu sorri de volta.
Sim, se eu tinha alguma dúvida de que estava fazendo a coisa certa, naquele momento eu tive certeza.
Valera a pena para ver Kristen feliz.
Eu estava trazendo nossa filha de volta pra ela.

Continua...


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